O núcleo de V. N. Famalicão do Bloco de Esquerda reuniu em Assembleia Concelhia no passado sábado, 17 de março, tendo como principais pontos de trabalho a preparação das eleições para a constituição da nova Comissão Coordenadora Concelhia, assim como a análise e discussão da situação política nacional e concelhia, onde se destacaram três assuntos: a greve geral de 22 de março, a reforma administrativa do poder local e a reforma ou reorganização da estrutura judiciária e as suas implicações no concelho e comarca.
Quanto às eleições para a nova coordenadora concelhia do BE, cujo mandato se estenderá pelos anos de 2012 a 2014, as mesmas terão lugar no próximo dia 21 de abril, entre as 15 e as 18 horas, na sede local do partido (Rua Ernesto Carvalho, Edf. Roma, Loja 13) .
Relativamente ao ponto da greve geral do próximo dia 22 de março, resultou da assembleia um apelo dos bloquistas famalicenses a todos os trabalhadores do concelho a que adiram a esta greve, apesar de um espírito crescente de descrença, pois este ainda é um dos poucos meios que dispõem de se manifestarem contra o agravamento das condições laborais, a acentuada precarização do trabalho e o galopante crescimento do desemprego, manifestando assim os trabalhadores a sua luta contra as políticas deste governo de favorecimento constante do capital em detrimento de quem só tem a sua força de trabalho, mas que ainda tem voz e que não vão ficar calados face aos roubos de que são vítimas, enquanto assistem ao favorecimento das elites financeiras, industriais, etc.
No que respeita à reforma administrativa do poder local e resumidamente, concluíram os aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda que esta é, também, uma mera operação de afronta aos mais fracos - as freguesias - a coberto de uma racionalização da governação pública. Não que este país não precise de reformas, e especificamente uma reforma administrativa, a começar pela sempre adiada regionalização, mas estas exigem aturado estudo e conhecimento (que não abundam pelos atuais gabinetes ministeriais), processos sedimentados de auscultação e debate com as populações, para uma consequente e efetiva ordenação dos territórios e não apressados e mal gizados projetos de fusão de freguesias, para ‘troika’ ver. Também aqui é crucial que o povo se faça ouvir.
Por fim, e na senda reformista da liberal direita que nos governa, a ainda em discussão pública reorganização judiciária, cujas propostas acentuam os tiques centralistas deste bloco PSD/PP, esvaziando-se os serviços, neste caso de um bem essencial - a justiça - no evoluir civilizacional dos humanos, junto de populações cada vez mais carenciadas e esquecidas. E mesmo em concelhos (comarcas) com pujança demográfica e económica, como o nosso, há uma efetiva perda para os cidadãos (mais gravosa ainda para os “operadores judiciários”) que vêm o ‘seu tribunal a fugir’ para as cidades vizinhas. Façamo-nos ouvir.