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Fim do Centro Hospitalar do Médio Ave agrava SNS.

A unidade hospitalar de Santo Tirso deixa de fazer parte do Centro Hospitalar do Médio Ave a partir de 1 de janeiro de 2016, após decisão protocolada entre a ARS Norte e a Santa Casa da Misericórdia, na passada sexta-feira. A decisão implica cortes orçamentais na ordem dos 25 por cento. Como consequência, o atual modelo de organização hospitalar terá obrigatoriamente ser reformulado em Famalicão. "Isto levanta algumas incertezas quanto ao futuro e prejuízos complexos para o funcionamento do Hospital de Famalicão porque existia um conjunto de sinergias em todos os recursos que permitia que houvesse alguma economia em todo o modelo organizativo", frisou Pedro Soares.

Com o fim do Centro Hospitalar do Médio Ave terminam também as sinergias e a gestão de escala entre ambas unidades. Na opinião do candidato bloquista, Pedro Soares, "aquilo que o governo diz que representa poupança em Santo Tirso poderá onerar a unidade de Famalicão".

Para o cabeça de lista do Bloco, este cenário é manifestamente prejudicial e representativo "daquilo que tem sido a sua política para o Sistema Nacional de Saúde, ou seja, a entrega a privados de um conjunto de unidades hospitalares desprotegendo o próprio serviço público beneficiando o serviço privada. Esta tem sido uma marca deste ministério da saúde ao longo dos últimos 4 anos. É uma drenagem de recursos e de médicos seniores para o serviço privado inclusive colocando em causa a formação de novos médicos que entram através do SNS".   

O agravamento da falta de recursos humanos, tais como a redução de médicos nalgumas especialidades, são algumas das carências que levantam maior preocupação e podem colocar em causa a resposta clinica em determinadas especialidades, destacou o presidente do conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, Américo Afonso, durante a reunião com o cabeça de lista do Bloco pelo circulo eleitoral de Braga.

Com esta degradação do SNS, Pedro Soares frisa que o país enfrenta um "recuo orçamental de 10 anos na saúde, à volta dos 7 a 8 mil milhões de euros". No distrito de Braga, "as dúvidas que sempre tivemos quanto às PPP tem-se adensado e por isso é fundamental privilegiar um serviço público com qualidade e competências que não seja substituído nem substituível pelo privado".  

Para Pedro Soares, a defesa do modelo público de saúde é essencial e também promotor da coesão social. O candidato bloquista considera portanto de "uma hipocrisia politica total e assinalável que o candidato social democrata indique a coesão social como grande objetivo, quando sabe que ao longo destes quatro anos este governo diminuiu para metade as prestações sociais, quer em valor quer em número de beneficiários, diminui ainda o RSI, o subsidio de desemprego, a ação social sobretudo no ensino superior. Neste momento, o país tem o maior numero de desempregados de longa duração sem qualquer apoio social. Portanto, é de uma hipocrisia assinalável declarações dessas num momento em que o país, e em particular o distrito de Braga, sofre um empobrecimento geral".   

Notícia no jornal o Minho