Share |

Entrevista de José Luís Araújo ao Diário do Minho

José Luís Araújo - Famalicão Mais Solidário

O quadro de emergência social que se vive em Famalicão justifica a criaçäo do Pelouro da  Solidariedade Social. O alerta é do candidato do Bloco de Esquerda (BE), que acusa a coligação PSD/CDS-PP de ter enveredado por uma gestão de «cariz descaradamente eleitoralista», ao mesmo tempo que «desprezou a participa da população». José Luís Araújo considera que o próximo executivo deve captar investimento que gere emprego e desenvolvimento».  Araújo afirma ser «urgente» concluir a revisão do Plano Diretor Municipal e avança: com planos de urbanizaçäo das zonas urbanas de Ribeirão, Riba de Ave e Joane.

Diário do Minho (DM) - Lidera uma candidatura a um Municipio gerida pelos dois partidos que tarmbém suportam o Governo. Considera que, ern Famalicão as eleiçöes autárquicas também avaliar as medidas que têm sido tomadas pelo Governo?
José Luís Araújo (JLA) -
Estas eleições irão, certamente, refletir o descontentamento da população e também o facto de PSD e CDS não estarem a cumprir o que prometeram. Em Famalicão, junta-se também o facto de o candidato da coligação PSD/CDS ser o representante máximo do PSD no distrito, que sempre apoiou todas as medidas do Governo e os famalicenses terão isso em conta, na hora de votar.

DM - Que motivos o levaram a aceitar candidatar-se à Cámara?
JLA - O que mais me motivou foi a possibilidade de conuibuir para um novo ciclo político em Famalicão, que passará pela eleição de um vereador do Bloco de Esquerda. A minha experiência como deputado municipal e como dirigente partidário, aliada ao facto de eu ser um simples trabalhador como tantos e tantas famalicenses, ajudam a que possa representar melhor a população na Câmara Municipal

DM - Famalicäo subiu ao segundo distrital na criação de riqueza. Mas nos dois últimos anos assistiu a um forte aumento do desemprego. Que leitura faz dessa realidade?
JLA -
O concelho de Famalicäo tem uma grande diversidade de atividades económicas e algumas empresas de grande destaque, mesmo a nível nacional. No entanto, as terriveis medidas impostas pelo Governo e pela Troika tiveram um impacto muito forte nas pequenas e médias empresas e no comercio de proximidade, que gerou um grande aumento do desemprego. Do desemprego resultam consequências muito preocupantes a nivel social e que requerem uma atenção muito especial da próxima Câmara Municipal.

DM - Como avalia a gestão da Câmara de Vila Nova de Famalicão no último mandato?
JLA -
Este executivo manteve o seu cariz populista e descaradamente eleitoralista, mas, por outro lado, desprezou a participaçäo da população, como no caso da Reforma Administrativa e também a Assembleia Municipal e as suas deliberações. Esta Câmara centrou-se muito no parque da Devesa e na Cidade Desportiva (que felizmente avançou) e foi deixando para trás a rede de abastecimento de água e saneamento básico.

DM - Na perspectiva do BE, que opções estruturantes são necessárias para o Município de Vila Nova de Famalicão?
JLA -
A construção da variante poente é essencial para a mobilidade e para a economia. No âmbito do Quadrilátero Urbano justifica-se uma ligação ferroviária integrada, que ligue Famalicão a Guimarães, Barcelos e Braga. na educação, justifica-se uma nova escola secundária pública em Ribeirão. A Câmara Municipal deverá ter um papel ativo e cooperante no apoio à manutenção e criação de novas empresas capazes de gerar emprego e desenvolvimento . É urgente conduit a revisão do Plano Diretor Municipal e avançar com planos de urbanizaçäo das zonas urbanas de Ribeirão, Riba de Ave e Joane.

DM - Quais são as expectativas da candidatura que lidera para as eleições de 29 de Setembro?
JLA -
É importante para Famalicão que o BE suba consideravelmente na votação e esteja representado na Câmara Municipal. Acreditamos ser possível eleger um vereador. Na Assembleía Municipal, queremos manter dois deputados, que será um bom resultado, tendo em conta a redução do número de deputados.

 

Gompromissos com os eleitores

Assumir «uma oposição construtiva e empenhada, que contribua para um desenvolvimento mais equilibrado» do concelho. É o principal compromisso de José Luís Araújo com os famalicenses. O candidato promete bater-se pela criação de um Gabinete de Emergência Social, tutelado por um novo Pelouro da Solidariedade Social, ao mesmo tempo que coloca na sua agenda «um compromisso ambiental» centrado na despoluição dos rios.

O fomento da cidadania, «promovendo e estimulando a participação das populações nas instituições democrática», é uma outra bandeira eleitoral de Araújo, que quer ainda um orçamento participado pelo cidadãos, criar o Provedor do Munícipe e referendar a cidade desportiva. O candidato compromete-se ainda com a «defesa da saúde pública de proximidade e dos direitos dos animais» e com a oposiçäo à privatizaçäo da água e do saneamento.


Entrevista por Joaquim Martins Fernandes para o Diário do Minho.